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Modelo “escola mínima” de Zema não combate violência nas escolas

Em mais uma audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no dia 20/04/23, o consenso de que o governo Zema opera estratégias inadequadas e ineficazes no enfrentamento dos problemas do dia a dia das unidades de ensino. Sobre o modelo de “escola mínima”, debatido na reunião, a conclusão foi que as práticas são falhas diante do desafio de prevenir a violência e os ataques contra escolas.

Parlamentares e convidados discutem medidas para prevenir a violência e ataques em escolas.
Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia – Debate sobre o combate à violência escolar
Foto: Willian Dias

Ao contrário do que Zema impõe, ataques em escolas não serão solucionados com a presença de policiais

A negligência na educação foi o ponto de partida para a discussão sobre a necessidade de mais investimentos na infraestrutura física e de pessoal e não apenas o incremento do aparato de segurança, como quer Romeu Zema.

Geovanna Passos Duarte, presidente da Associação Mineira de Inspetores Escolares (Amie) destacou que as propostas apresentadas pelo governo para combater a violência no ambiente escolar não resolvem o problema a médio e longo prazo. Ela também ressaltou que é preciso fazer com que as escolas voltem a exercer sua posição central na comunidade em que estão inseridas.

“O governo acha que tem muita gente trabalhando na escola, mas não tem (…). A escola pode estar se transformando em um local de violência, mas ela ainda é o melhor local para solucionar essa violência (…).
É uma bomba relógio, precisamos repensar nossas estratégias. A presença de segurança armada não previne ataques. Precisamos da inteligência policial dentro das escolas, não de policiais dentro das escolas”, disse.

Na reunião, Geovanna Duarte ainda citou um estudo da pesquisadora Telma Vinha, da Unicamp, lembrando que o número de escolas que sofreram ataques chega a 23, desde 2002, com 35 mortes, 23 delas de estudantes. Apenas nos anos de 2018 a 2021 aconteceram 9 casos, período que coincide com a potencialização do discurso de ódio e do maior acesso às armas.

Deborah Rosária Barbosa, professora de Psicologia Escolar da UFMG, apresentou sugestões de intervenções no ambiente escolar não somente no âmbito de medidas de cunho policial, mas também para promover a cidadania e a chamada “cultura da paz”

Ataques nas escolas X Ataques contra as escolas

Durante a audiência pública, vários convidados pontuaram a diferença entre os conceitos de violência nas escolas e violência contra as escolas. No contexto em que as instituições de ensino se encontram, o o termo correto seria o último, já que a cultura do ódio vitima o Brasil desde 2018, de acordo com a coordenadora do Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais (Fepemg), Analise de Jesus da Silva.

União em prol da paz e do fim da violência escolar

Os deputados e deputadas do Bloco Democracia e Luta compareceram em peso na audiência pública da Comissão de Educação. A reunião atendeu a um requerimento da presidenta e da vice, Beatriz Cerqueira e Macaé Evaristo, ambas do PT, e também dos parlamentares Lohanna (PV), efetiva; Betão (PT); e Professor Cleiton (PV).

A presidenta da Comissão declarou que as medidas de prevenção contra os ataques em escolas e proteção de suas comunidades devem ser feitas de forma distinta daquelas propostas pelo Executivo. As ações precisam atingir seus objetivos sem trazer mais violência para o espaço escolar. Ela ainda relembra que esse fenômeno teve início em 2018, quando a perseguição aos professores ganhou ainda mais força no país.

A parlamentar também alertou sobre a necessidade de ouvir as escolas e seus frequentadores como maneira primordial de combater não só a violência, mas o sucateamento e o desmonte da educação promovidos pelo governo Zema.

“A situação é gravíssima e resulta dos ataques que começaram primeiro contra os docentes. E parem de falar pela escola. Se é uma situação de violência contra a escola, perguntem primeiro para a escola, que vai saber o que dizer”, chamou a atenção a deputada Beatriz Cerqueira.

Macaé Evaristo se posicionou em sintonia com a colega de bloco e ressaltou que a instituição de ensino fragilizada e sob ataque é um fragmento visível de uma desordem que responde a interesses poderosos com a finalidade atender aos privilégios de pequenos grupos.

“A violência contra as escolas é, na verdade, um passo além. Aquele respeito que já se teve pela escola está acabando, querem expropriar inclusive esse espaço. Afinal, os donos do capital atentam contra todas as vidas e sempre saem impunes”.

Fonte: ALMG

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