Editorial Brasil de Fato
O governador Romeu Zema (Novo) parece obstinado em sucatear os serviços públicos, precarizar as condições de trabalho dos servidores, entregar o patrimônio público dos mineiros para a iniciativa privada e afundar Minas Gerais em uma dívida muito maior do que a que ele encontrou.
“Devemos disputar uma proposta de negociação que abata a dívida com a União e não retire de direitos”
A gestão de Zema, nesses últimos cinco anos, ampliou em quase um terço a dívida do estado com a União. Mesmo com uma liminar que suspendia o pagamento da dívida, obtida pelo ex-governador Fernando Pimentel (PT), o atual governo conseguiu ampliar a dívida do estado.
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A proposta de Regime de Recuperação Fiscal (RRF) apresentada por Zema coloca todo ônus da irresponsabilidade de sua gestão em cima dos servidores e da população mineira que depende dos serviços públicos. Ao final da vigência do RRF, a projeção, segundo o próprio governo, é de sair de uma dívida de R$ 160 bilhões e atingir R$ 210 bilhões. Ou seja, sua proposta privatiza as estatais mineiras, precariza o conjunto de serviços públicos e não resolve o problema da dívida.
Conquista dos servidores, derrota do governador
Toda a mobilização popular, a greve dos servidores e a incansável luta do bloco de oposição Democracia e Luta fizeram com que a base do governo recuasse para a votação do RRF. Além disso, outras lideranças políticas entraram em campo para disputar os rumos do pagamento da dívida do estado.
Nesta semana, tivemos uma importante conquista fruto da luta popular e sindical realizada ao longo dos últimos meses. Após o governo federal acenar positivamente, o Supremo Tribunal Federal (STF) prolongou a suspensão da dívida por mais 120 dias, o que dará mais tempo para a discussão e disputa sobre quais serão os rumos para negociação.
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A prolongação do prazo é uma derrota política do governo Zema. Sua prioridade no último período foi de aprovar sua proposta, que afundaria Minas Gerais em uma dívida ainda maior do que a atual. A sua inércia e incapacidade de fazer política, a inabilidade em negociar com os diferentes poderes e sua tentativa de impor na marra seu programa foi motivo de chacota nacional. A condução de Zema demonstrou que sua preocupação é exclusiva em entregar as nossas riquezas ao capital, não importando as consequências nefastas ao povo mineiro.
Minas ganhou tempo, mas não podemos deixar a poeira baixar. O debate sobre os rumos do RRF seguirá ainda mais intenso, as mobilizações devem seguir vigilantes e devemos disputar uma proposta que abata a dívida sem a retirada de direitos e que garanta a manutenção dos patrimônios do povo mineiro.
Fonte: Editorial BdF