Desesperado para eleger seu sucessor, Romeu Zema comete crime ao prometer R$ 400 milhões para prefeitos enquanto pede voto para o vice, em evento oficial. Denúncias foram feitas pela deputada estadual Lohanna, do PV, e pelo PT de Minas

No dia 20 de fevereiro de 2025, o governador Romeu Zema (Novo) utilizou um evento oficial que reuniu prefeitos, vereadores e lideranças de mais de 400 municípios para anunciar seu vice, Mateus Simões, como candidato à sua sucessão em 2026. Essa prática é considerada crime de abuso de poder político e promoção eleitoral antecipada, resultando em duas denúncias. A deputada estadual Lohanna (PV) acionou o Ministério Público Eleitoral (MPE), enquanto o PT de Minas solicitou a apuração pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Governador promete R$ 400 milhões e pede voto ao vice
Uma reportagem do jornal O Globo revelou trechos do ofício enviado por Lohanna ao MPE. Nele, a deputada argumenta que a declaração teve caráter eleitoral, já que a pré-candidatura de Simões é apoiada e destacada por Zema desde o ano passado. Ela afirma que o governador fez um pedido implícito de votos e cometeu improbidade administrativa ao utilizar a estrutura pública para promover terceiros, violando os princípios de impessoalidade e moralidade administrativa.
A fala de Zema foi durante o anúncio da liberação de R$ 400 milhões em financiamentos pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), quando o govenador disparou: “Sempre digo que precisamos de uma sucessão bem definida e meu braço direito tem sido o professor Mateus, que espero que possa me suceder”.
“Não podemos permitir que uma estrutura do estado seja usada para beneficiar um nome. A democracia exige igualdade de condições a todos os candidatos”.

PT de Minas denuncia Zema ao MPMG
No dia 24/02, o PT estadual apresentou nova denúncia ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o governador Zema por abuso de poder político. O presidente do PT-MG, deputado estadual Cristiano Silveira, afirma que as declarações do governador configuram abuso de poder político e desvio de finalidade. Segundo ele, isso também fere o princípio da igualdade que deve ser respeitado em todas as eleições.
“Não podemos aceitar que um evento público, com a presença de centenas de prefeitos, seja usado para promoção eleitoral. Por isso, estamos pedido apuração do caso para que Zema seja punido conforme a lei e para que esses abusos não se repitam”.

Deputado Cristiano Silveira, presidente do PT-MG
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