Governador propôs reajuste abaixo da inflação (3,6%) e aumento de 81,7% nas taxas do Ipsemg.
Nesta quarta-feira (08/05), os servidores públicos do estado de Minas Gerais preparam uma greve geral contra a política desastrosa do governador Romeu Zema (Novo). A paralisação é convocada pela Frente Mineira em Defesa do Serviço Público e conta com o apoio de todas as centrais sindicais. O objetivo é paralisar as atividades em todos os segmentos do funcionalismo público estadual, em protesto contra a proposta de correção salarial de 3,6% apresentada pelo governo, o aumento das taxas do Ipsemg e a privatização das empresas estatais.
O índice apresentado pelo governo está abaixo da inflação acumulada no período, que chega a 10,62%, considerando os anos de 2022 (5,79%) e 2023 (4,62%). Em contrapartida, em maio do ano passado, o governador sancionou uma lei que aumentou o seu próprio salário, do vice-governador, secretários e secretários-adjuntos de Minas Gerais em 300%. Com isso, Zema aumentou o próprio salário de R$ 10.500 para R$ 41.845,49.
Além do reajuste abaixo da inflação, Zema encaminhou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) dois Projetos de Lei que aumentam as contribuições dos servidores civis e militares aos seus institutos de previdência. No caso do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPMS), o governo eleva o desconto dos policiais e bombeiros de 10,5% para 13,5% e reduz a contribuição do estado de 16% para 1,5%. Já no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), a proposta aumenta em 81,7% o piso e o teto da contribuição do funcionalismo e também propõe o fim das isenções para os filhos menores de 21 anos, que passarão a contribuir com o piso, limitado ao teto familiar.
Na semana passada, o governador chegou a fazer uma publicação em suas redes sociais comemorando “1000 dias sem atrasar salário dos servidores”. A publicação, em tom de propaganda, não foi bem recebida. A maioria dos mais de 2500 comentários criticam a defasagem salarial acumulada em seu governo e afirma que pagar salários em dia é obrigação do poder executivo.
Junto a questão salarial, os servidores ainda protestam contra às tentativas de Romeu Zema de privatizar as empresas públicas mineiras, como a Cemig, Copasa, Codemge e Codemig, e de retirar da Constituição do estado a obrigatoriedade de realização de um referendo popular para vendê-las.
Além da paralisação, uma manifestação unificada vai acontecer no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com concentração a partir das 9 horas.
Fonte: SindRedeBH