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Zema mente sobre Bolsa Família e ignora dados que comprovam a eficácia do programa

Reconhecido mundialmente, Programa criado pelo governo Lula é, comprovadamente, pilar da economia e do combate à desigualdade no Brasil

Zema mente sobre Bolsa Família e ignora dados que comprovam a eficácia do programa

Em uma nova tentativa de espalhar desinformação – habilidade maior do atual governador de Minas, Romeu Zema (Novo) declarou, nessa terça-feira (22/10/24), que a escassez de mão de obra no setor de comércio e varejo está relacionada ao pagamento do Bolsa Família. Essa declaração revela duas coisas: um profundo desconhecimento sobre o programa e, também, uma intenção clara de distorcer os fatos que comprovam sua eficácia. O Bolsa Família não apenas apoia aqueles que mais precisam, mas também gera impactos positivos em toda a comunidade, ao movimentar a economia e reduzir a vulnerabilidade social.

Criado em 2003, durante o primeiro governo Lula, e relançado em março de 2023, no terceiro mandato do presidente, o Bolsa Família se firmou como o programa mais relevante para a economia brasileira nas últimas décadas. Embora o governador Zema insista em deslegitimá-lo, pesquisas comprovam sua eficácia. Um estudo realizado pelo Banco Mundial em 2023 demonstrou os impactos positivos da iniciativa na economia local.

Além de combater a pobreza e a desigualdade, o programa gera efeitos multiplicadores, estimulando o consumo, a criação de empregos e o aumento da arrecadação de impostos. Contrariando as críticas de Zema, nas regiões onde houve maior expansão do programa, foi registrado um aumento expressivo no emprego formal, especialmente no setor privado, com remunerações de até dois salários mínimos. Esses benefícios não se restringem apenas aos beneficiários diretos; a movimentação econômica resultante do programa também gera novas oportunidades de emprego para pessoas que nunca receberam o auxílio.

Conduzido também em 2023, outro estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) apontou que o Bolsa Família é o programa mais importante para a economia brasileira nas últimas décadas. 

A conclusão foi destacada pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que destacou o caráter de inclusão do Bolsa Família percebido pela população: “É bem mais que um programa social. O estudo aponta que a percepção da sociedade é de que o Bolsa Família tem um efeito direto. De um lado protege a quem mais precisa, do outro causa um impacto econômico onde as pessoas vivem, assegurando que possam ter uma inclusão produtiva, possam ter acesso à economia.” 

A desinformação disseminada por Zema ainda pode ser refutada por outro fato: beneficiários do Bolsa Família podem ser empregados de carteira assinada. Isso porque o Programa conta com a Regra de Proteção, que garante às pessoas assinarem a carteira de trabalho e continuar a receber o benefício. O mesmo vale para Microempreendedor Individual (MEI). 

O ministro Wellington Dias destacou que, em 2023, nove milhões de beneficiários do programa celebraram um contrato formal de trabalho, enquanto em 2024 mais 5,5 milhões farão o mesmo.

“Quando a gente olha o saldo positivo do Caged, do Cadastro Geral do Emprego, no ano passado (…), 71% das vagas foram preenchidas pelo público do Bolsa Família, do Cadastro Único. E este ano já estamos chegando a 77%”.

Zema e o ódio aos pobres

Não é a primeira vez que o governador expressa o desprezo profundamente enraizado que parte da elite carrega há séculos. Zema tenta se apresentar como um homem “simples e do povo”, mas acaba por agir como um “bobo da corte”. Elevado ao cargo de governador, ele não consegue esconder seus preconceitos de classe.

Um exemplo das falas preconceituosas de Zema sobre programas sociais ocorreu durante a pandemia de Covid-19, quando anunciou um auxílio emergencial de 600 reais, criado pela Assembleia de Minas, tentando se apropriar do mérito como uma conquista de seu governo. Em seguida, desdenhou dos beneficiários, afirmando que alguns gastavam o dinheiro de forma inadequada em bares e botecos. Essa atitude revela um preconceito profundo em relação aos vulneráveis, desconsiderando suas necessidades reais e perpetuando estigmas que dificultam a inclusão social. 

Em outro momento, em junho de 2023, durante evento de governadores, Zema voltou a escancarar seu preconceito ao declarar que estados do Sul e Sudeste seriam ‘a solução do Brasil’ por terem mais trabalhadores do que beneficiários de programas sociais. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) contrariam a fala do governador que afirma que a maioria dos estados tem mais pessoas com carteira assinada do que recebendo auxílio. A declaração de Zema repercutiu nacionalmente e o governador foi acusado de xenofobia.

Apologia à escravidão 

Zema também já fez apologia ao trabalho análogo à escravidão em diversas ocasiões. Em fevereiro de 2022, ele provocou indignação ao afirmar que, nos vales do Mucuri e do Jequitinhonha, se contrata empregadas domésticas por apenas 300 reais por mês. Mais recentemente, em abril de 2024, Zema aconselhou estudantes durante uma palestra a “trabalharem de graça” para adquirir “capital profissional”. 

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Essa afirmação contrasta com o aumento de 300% em seu próprio salário no ano anterior. Em 2023, segundo o IBGE, 40,2% dos jovens entre 15 e 29 anos abandonaram os estudos por necessidade de trabalhar. Enquanto isso, o governo federal, que valoriza a educação, implementou o projeto Pé-de-Meia, oferecendo incentivos financeiros para os jovens que completam o ensino médio e fazem o Enem, beneficiando atualmente 3,7 milhões de pessoas. Vale destacar que esse incentivo à escolaridade também favorece o mercado de trabalho. 

Além disso, nesta terça-feira, Zema mencionou dados da economia mineira, afirmando que, desde 2019, quase 1 milhão de empregos formais foram gerados em Minas. No entanto, é importante ressaltar que, sob o governo Lula, as taxas de emprego vêm crescendo em todo o Brasil, refletindo uma recuperação econômica mais ampla.

Fontes: Agência Lupa, Governo Federal, G1, O Tempo

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