JORNAL ESTADO DE MINAS: 05/04/23
Ordem de serviço para retomada da construção foi assinada em fevereiro deste ano
Ao contrário de declarações do governador Romeu Zema (Novo), as obras do Hospital Regional de Divinópolis continuam como ele as deixou em fevereiro deste ano: paradas. Em entrevista à TV Globo, nessa terça-feira (4/4), Zema disse que quatro unidades, entre elas a do município do Centro-Oeste, estariam com “centenas de trabalhadores”. As outras três são: Teófilo Otoni, Sete Lagoas e Conselheiro Lafaiete.
Na presença de lideranças políticas e empresariais, o governador assinou, no dia 10 de fevereiro, a ordem de serviço para reiniciar a construção parada desde 2016 em Divinópolis. Na ocasião, ele esteve no município e falou em concluí-la até 2024, dentro do mandato do atual prefeito da cidade, Gleidson Azevedo (PSC).
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Mas ao contrário do que disse Zema, ainda não há sinal de “trabalhadores”. O contrato com a EF Construtora Ltda – vencedora da licitação – prevê a revisão do projeto elaborado em 2009 para, só então, a execução ser iniciada.
O governo não citou datas, mas, na ocasião da assinatura da ordem de serviço, projetou pelo menos três meses para as obras serem, realmente, iniciadas. Já se passaram quase dois.
Vistoria
Uma vistoria in loco foi realizada pela deputada estadual Lohanna França (PV) nessa terça-feira (4/4), logo após a entrevista concedida pelo governador. Em vídeo feito no local, ela mostra as obras ainda paradas.
“Decidi voltar ao hospital para saber se o governador estava falando a verdade ou não, porque eu não vi um dia de obra aqui; vejam se tem alguma obra acontecendo aqui”, disparou Lohanna ao mostrar o hospital vazio.
A parlamentar ainda criticou a demora para o início das obras. “É muito fácil falar que a obra em Divinópolis é a mais avançada, quando a maioria das pessoas que ouve a entrevista nem sabe onde fica esse hospital”, afirmou. A unidade vai atender 54 municípios da macrorregião Oeste.
Na mesma entrevista, o governador ainda apostou que o hospital de Divinópolis, dentre as quatro citadas por ele, deverá ser inaugurada primeiro. “A previsão é de que em dois anos elas estejam sendo entregues. Muito provavelmente a de Divinópolis será a primeira porque a obra está em um estágio muito mais avançado que as demais cidades”, afirmou Zema. O governador também mencionou o impacto da abertura de leitos para o sistema hospitalar do estado.
Sistema de oxigênio
A reportagem do Estado de Minas também esteve no prédio que fica no bairro Realengo. Entretanto, foi impedida de entrar na área da construção. Do lado de fora não havia sinais de obra. Questionado, o porteiro disse apenas que havia uma equipe nos fundos trabalhando no sistema de oxigênio e que não tinha autorização para falar ou permitir o acesso.