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Mobilização de servidores contra governo Zema se intensifica e ganha força no interior de Minas

Pressionando por valorização, funcionalismo realiza protestos em todo o estado contra o reajuste de migalhas e o aumento das contribuições previdenciárias

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Na terra natal de Zema, Araxá, servidores da educação e da segurança pública protestaram, nessa quinta-feira (13/06), com caixões e faixas
Foto: Sindep / Reprodução

Com rejeição em alta, o governador Romeu Zema (Novo) já não tem mais conseguido andar por Minas Gerais sem atrair protestos, especialmente de servidores civis e militares inconformados com o descaso e o desmonte do serviço público. Ao governar apenas para seus amigos empresários, Zema ignora as demandas do povo mineiro, que precisa de serviços básicos como os de saúde, educação e segurança, no seu dia a dia.

Os trabalhadores, que atuam na ponta servindo a comunidade, lutam pela recomposição salarial, um direito constitucional que Zema nunca cumpriu, apesar de ter registrado esse compromisso em seu plano de goveno. A “recomposição” salarial de 4,62%, aprovada em 6 de junho de 2024, é considerada ilusória e está bem abaixo da proposta de 10,67% apresentada pelo Bloco Democracia e Luta e defendida pelos servidores. O percentual, que inicialmente era 3,62% e só chegou 4,62% devido à pressão dos deputados da oposição e dos sindicatos, ainda está longe de cobrir as perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos e evidencia que Zema jamais priorizou a qualidade dos serviços públicos prestados ao povo mineiro.

Além disso, as manifestações que crescem por Minas Gerais também se opõem aos projetos de lei 2.238/2024 e 2.239/24, de autoria do governador, que tramitam na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e que pretentem fazer mudanças nas contribuições aos institutos de previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg) e dos Servidores Militares (IPSM), aumentando os custos dos trabalhadores com saúde e rede assistencial, reduzindo ainda mais seus já defasados salários.

Em Araxá, terra natal de Zema, no Alto Paranaíba, policiais civis e militares protestaram contra o governador nessa quinta-feira (13/6), levando caixões que simbolizavam o número de policiais mortos em serviço e que cometeram auto-extermínio. Em entrevista ao Jornal Estado de Minas, o subtenente Heder Martins, presidente da Associação dos Praças e Bombeiros Militares (Aspra/PMBM), destacou o descaso do governo “com quem dá a vida pela segurança da população”.

A manifestação foi organizada para coincidir com o evento Conexão Empresarial, que anunciou a presença do governador em Araxá para um encontro com empresários. No entanto, Zema não compareceu ao evento. Para evitar a revolta e as manifestações dos servidores, a fuga tem se tornado rotineira para Zema, que na semana passada cancelou uma visita agendada para Ipatinga, no Vale do Aço, onde participaria de um evento da prefeitura de entrega de títulos de regularização fundiária. Apesar da ausência do governador, as forças de segurança protestaram por melhorias salariais, como têm feito em diversas agendas oficiais pelo estado.

Mesmo fugindo, onde quer que apareça Zema é recebido com protestos. Foi o caso em Itajubá, no Sul de Minas, onde o governador esteve nesta quinta-feira (13/06) vistoriando as obras de construção do primeiro Centro de Hidrogênio Verde de Minas Gerais. A Polícia Militar cercou a área, impedindo que os manifestantes se aproximassem. Em entrevista ao jornal O Tempo, um dos participantes afirmou: “Estamos sendo impedidos de chegar ao local. Segundo a Polícia Militar, eles receberam ordens diretas e a gente não pode passar deste local. Estamos bem distantes do espaço. Proibiram a entrada para que as pessoas fizessem as manifestações. Este é o governo do Zema.” Outro manifestante destacou: “Tem que sentar com as lideranças das forças de segurança pública. Seja mais humano à nossa causa. Caloteiro. Fica comprovada a covardia do governador Romeu Zema, incapaz de encarar as mazelas ocasionadas pelo seu governo.” Os policiais reivindicam a recomposição das perdas salariais e a retirada dos projetos de lei que aumentam a contribuição dos militares e civis aos institutos de previdência.

Servidores aprovam calendário de luta contra governo Zema em toda Minas Gerais

Ainda na quinta-feira, educadores estaduais deflagraram calendário de lutas contra as políticas nefastas de Zema e avaliaram o resultado das últimas mobilizações na capital e no interior, em reunião realizada em frente ao pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O encontro ocorreu após paralisações em todo o estado nos dias 11, 12 e 13 de junho e deliberou que a categoria manterá vigília na ALMG todas as terças, quartas e quintas-feiras até o fim do primeiro semestre. Um calendário de ações foi definido com atos que devem se intensificar nos próximos dias, visitas às escolas e atividades regionais espalhadas por todo estado. 

A coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SinUTE/MG), Denise Romano, afirmou através de nota que: “A categoria tem grandes desafios pela frente, principalmente em relação à tramitação do projeto de lei (PL) 2.238/2024, que faz profundas alterações no Ipsemg, além do reajuste das contribuições”.

O PL, de autoria do governo, foi retirado de pauta esta semana após pedido de vista apresentado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No entando, o projeto deve voltar à pauta da comissão na próxima semana. Com a proposta, Zema quer aumentar as tarifas pagas pelos servidores ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg ) em até 81,8%, além de outras mudanças que vão prejudicar os trabalhadores e trabalhadoras. Segundo o SindUTE/MG, o reajuste da contribuição pode reduzir ainda mais os poucos recursos da categoria. O piso atual da contribuição é R$33,02 e o teto de R$275,15. Com a mudança, os valores podem chegar a R$60,00 e R$500,00, respectivamente. “A mobilização vai continuar para impedir que o governo continue precarizando o trabalho e a vida, prejudicando a educação pública e atacando aqueles que constroem o futuro das novas gerações de Minas. Não vamos recuar”, enfatiza Denise. 

Confira a agenda de atos nas regiões:

18/junho: BH, RMBH e Região Calcária

19/junho: Alto Paranaíba, Triângulo, Noroeste

20/junho: Vale do Aço, Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri

25/junho: Sul de Minas, Centro-Oeste, Zona da Mata

26/junho: BH, Grande BH e Calcária

27/junho: Alto Paranaíba, Triângulo, Noroeste

02/julho: Norte e Jequitinhonha

03/julho: Sul de Minas, Centro-Oeste, Zona da Mata

04/julho: BH, Grande BH e Calcária

09/julho: Vale do Aço, Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri

10/julho: Norte e Jequitinhonha

11/julho: Sul de Minas, Centro-Oeste, Zona da Mata

16/julho: Alto Paranaíba, Triângulo, Noroeste

17/julho: Vale do Aço, Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri

18/julho: Norte e Jequitinhonha

*Matéria elaborada com informações do Estado de Minas, O Tempo e Brasil de Fato

Coragem para resistir, união pra construir!

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