Pesquisar
Close this search box.

NOTÍCIAS

Sem investimentos na educação, Zema quer fechar escola

fechar escolas
Foto: Alexandre Netto/ALMG

fechamento sem explicações da Escola Estadual Doutor Lucas Monteiro Machado, no bairro Pindorama, região Noroeste de Belo Horizonte, previsto para 2026, preocupa professores, diretores, pais, estudantes e deputados do Bloco Democracia e Luta. 

Sem investimentos na educação e sem pagar o piso salarial, Zema agora quer fechar as portas de escolas. Sem nenhum diálogo com a comunidade escolar, o governador novamente impõe o seu projeto de desmonte da Educação Pública.

A instituição, que funciona desde a década de 1980, atende a alunos do ensino médio, técnico e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Mas este ano o governo estadual já cancelou matrículas para novos alunos. Assim, a última turma se formará em 2025 e, a partir daí, a instituição não funcionará mais. Os professores, diretores e a comunidade escolar lutam para manter a escola funcionando, mas a Superintendência Regional de Educação informou que a instituição está em processo de “terminalidade”.

Diante dessa grave situação, na segunda-feira (4/3/24), a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) esteve na instituição para discutir o assunto.

Por que fechar escolas?

Escolas são sinônimo de formação, capacitação de crianças, jovens e adultos. São referências nos locais onde estão instaladas, fazem parte do desenvolvimento de qualquer região. Não deveríamos nunca fechar escolas, mas Zema parece não se importar com isso.

A servidora aposentada da Doutor Lucas Monteiro Machado, Maria da Conceição de Oliveira, não escondeu sua indignação.

“Por que acabar? Essa escola é o futuro dos meninos da região”, lamentou. Ela foi uma das primeiras funcionárias da instituição e lembra quando já foram atendidos cerca de 2,3 mil alunos no local.

O vice-diretor Moacyr Viana Filho explicou que o processo de encerramento das atividades iniciou em 2017, quando a escola foi escolhida como piloto para o ensino integral profissionalizante. Naquele ano já foram encerradas as turmas do ensino fundamental. A extensão do horário, segundo ele, também afugentou mais da metade dos alunos do ensino médio, muitos porque precisam trabalhar e não podem permanecer tantas horas na escola.

A escola possui 24 salas, mas atualmente apenas 5 funcionam. São atendidos 38 alunos em tempo integral, divididos em turmas que variam de 4 a 12 pessoas em cada, e 42 do EJA, em três turmas. Situada numa área de 46 mil m², a escola tem grande estrutura como quadras, biblioteca, auditório, refeitório e pomar, mas que estão em condições precárias e com pouco uso.

A diretora Ariane Campos explica que a área pertence à Prefeitura de Belo Horizonte, que a doou a uma fundação, mas agora está na Justiça tentando a reversão da propriedade. A diretora critica o fechamento da escola e reforça que é possível oferecer atendimento a toda a região. Ela diz que já há procura de alunos pelo programa Pé-de-Meia, do governo federal, que oferece auxílio financeiro a estudantes do ensino médio, que não puderam ser acolhidos. “Nossa preocupação é com nossos alunos, que não podem ficar desamparados”, disse.

Atualmente são oferecidos apenas os cursos técnicos de Segurança no Trabalho e Logística. Segundo o vice-diretor há demanda para ampliar a oferta de cursos como, por exemplo, técnico em Meio Ambiente, de pós-médio e outros cursos informais. Em sua opinião, a área pode abrigar, ainda, um centro de lazer para a comunidade.

Falta de diálogo

As deputadas do Bloco Democracia e Luta Macaé Evaristo (PT), que pediu a visita, e Beatriz Cerqueira (PT) criticaram a falta de consulta do governo com a comunidade. O fechamento foi decidido de forma unilateral pelo Estado.

“Falta diálogo entre a prefeitura e o Estado. Falta escuta da comunidade e monitoramento da escola. a Região Noroeste. A partir de um requerimento apresentado por mim, a Comissão de Educação realizará audiência pública para cobrar esclarecimentos do governo.”

img macae

 Macaé Evaristo (PT), Vice-Presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia

A deputada ainda observou que os equipamentos da escola estão abandonados e não há acompanhamento para evitar a evasão de alunos ou o retorno daqueles que abandonaram os estudos.

A Escola Estadual Doutor Lucas Monteiro Machado é a única instituição pública que oferece ensino profissionalizante na região Noroeste. E com o fim das turmas do ensino fundamental e de horários regulares, as demais escolas estão superlotadas para atender os alunos que já não são mais acolhidos por ela.

Leia mais: Zema inimigo da Educação

Coragem para resistir, união pra construir!

plugins premium WordPress