As rodovias das cidades de Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Ponte Nova e Rio Casca, Nova Lima, Rio Acima, Barra Longa, Piedade de Ponte Nova e Urucânia são atingidas pela política de privatização de Zema.
Durante a terça-feira (13/6/23), a Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou audiência para debater Programa de Concessões Rodoviárias do Governo de Minas. Participaram do debate deputados, prefeitos, vereadores e outras lideranças da maioria dos 11 municípios atingidos pelo Lote 7 do Programa de Concessões, que prevê a concessão de 190,3 km da BR-356, entre Nova Lima (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e Ouro Preto (Central), abrangendo ainda as MGs 262 e 329. Parlamentares do Bloco Democracia e Luta participaram do debate.
Foto: Guilherme Bergamini/ALMG
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O presidente da comissão, deputado Marquinho Lemos (PT), também autor do requerimento pela audiência, informou, baseado em documentos do Governo do Estado, que serão quatro pedágios ao longo dos 190,3 Km: em Nova Lima, cobrando R$ 14,51; em Ouro Preto, de R$ 11,71; em Acaiaca, de R$ 11,24; e em Ponte Nova, no valor de R$ 6,58. Assim, o motorista que for da Capital até Rio Casca pagará R$ 44,04.
Baseado em estimativas locais, o parlamentar salientou que, de Belo Horizonte até Itabirito, trafegam diariamente mais de 10 mil veículos, gerando R$147 mil por dia, apenas nesse trecho. Como contrapartida pela concessão por 30 anos, continuou ele, a empresa vencedora terá que, em seis meses, oferecer viaturas, ambulância, capina das margens, além da construção das próprias praças de pedágio. “Cadê os investimentos em infraestrutura?” questionou.
Poucas melhorias para as rodovias
Também autor do requerimento, o deputado Leleco Pimentel (PT) afirmou que é interesse das mineradoras a cobrança de pedágio, pois elas seriam as grandes beneficiárias. “Mesmo trazendo insegurança grave para as comunidades, a mineração vai definir o traçado dessas rodovias; e o povo vai pagar por isso”, afirmou ao lembrar que para ir de BH a Rio Casca, o custo será de R$ 44,04. Considerando ida e volta, serão quase R$ 90,00 em uma única viagem. O parlamentar também sublinhou que a concessão seria uma forma de o governo se livrar daquela estrada.
Já o deputado Luizinho (PT), que já foi prefeito de Alfenas (Sul), avaliou que Zema não tem consideração com o Estado, pois não quer discutir os problemas das estradas mineiras.
“A MG-050, até hoje, não duplicaram; só pintam, tapam buracos, ‘passam batom”, lembrou ao falar da primeira rodovia mineira concedida à iniciativa privada.
Por sua vez, o deputado Ricardo Campos (PT) ressaltou o sofrimento da população com os pedágios cobrados na BR-135, entre Curvelo (Central) e Montes Claros (Norte).
Fonte: ALMG