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Gafe: No dia da Inconfidência Mineira, governo Zema compara inconfidentes a criminosos

Deputados e deputadas do Bloco Democracia e Luta usaram a tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para denunciar um erro inaceitável em post do governo Zema nas mídias sociais. A publicação, feita no dia 21 de abril – Dia de Tiradentes e data em que se comemora a Inconfidência Mineira -, comparou os inconfidentes a criminosos e citou o movimento como um golpe.

No post, o governo diz que “temendo as consequências do golpe à Coroa Portuguesa, os inconfidentes não confessaram seus crimes”. Os parlamentares do Bloco foram à tribuna para criticar a postagem, explicar o grande equívoco e revelar, mais uma vez, a ignorância de Zema em relação à cultura mineira.

Repercussão Nacional

A publicação reverberou nas mídias sociais e em diversos veículos, incluindo os de alcance nacional, como Uol, Estadão e Veja. Os meios de comunicação destacaram o grande equívoco e procuraram explicar a importância da Inconfidência Mineira para a história de Minas Gerais e do país.

Deputados em defesa da Inconfidência Mineira e sua representatividade para Minas

Cristiano Silveira (PT), destacou a grande gafe cometida pelo governo ao comparar a Inconfidência Mineira a um golpe de Estado. Ele ainda criticou a concessão da Medalha da Inconfidência ao ex-presidente da República Michel Temer e ao ex-juiz Sérgio Moro. O deputado pontuou que Temer entrou para a história como um presidente golpista, enquanto Moro foi considerado suspeito em todos os processos judiciais envolvendo o presidente Lula. 

O parlamentar manifestou na tribuna sua indignação com as atitudes do governador:

“Para o governador Romeu Zema, os heróis da Inconfidência eram criminosos (…).Bandido virou herói; herói virou bandido. Zema conseguiu essa proeza. É surreal”

Leleco Pimentel (PT) também fez críticas ao Governo do Estado pela declaração vergonhosa. A fala do deputado, que é professor de história, funcionou como um retrospecto e uma contextualização do movimento, que foi motivado pela derrama, uma cobrança abusiva de impostos feita pela Coroa Portuguesa, que prejudicava a população da então Vila Rica, atual Ouro Preto. 

O parlamentar ainda fez uma comparação dos abusos sofridos pela população de Minas Gerais no século XIX com as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos mineiros nos dias de hoje, com o estado mínimo para o povo e estado máximo para a elite e amigos de Zema. Leleco Pimentel também foi indicado para a Medalha da Inconfidência no último dia 21, mas se recusou a recebê-la junto a Michel Temer e Sérgio Moro.

Doutor Jean Freire (PT), em sintonia com os companheiros de bloco sobre o absurdo cometido, criticou o governador:

“Ao lado de um golpista, chamou Tiradentes de golpista (…). Golpista é quem estava ao seu lado, recebendo medalha”.

Por sua vez, Ricardo Campos (PT) ressaltou a grandeza da Medalha da Inconfidência, homenagem recebida por ele, e defendeu igualdade de tratamento com o Norte de Minas no que diz respeito a cerimonias cívicas.

O deputado, que se define como geraizeiro de São João da Ponte, cobrou a volta da celebração do Dia dos Gerais, em Matias Cardoso, no dia 8 de dezembro. A data é considerada magna do estado, conforme determinação constitucional. De acordo com o parlamentar, a entrega das medalhas do Dia dos Gerais foi interrompida pelo governo Zema.

Outros parlamentares do Bloco Democracia e Luta, como Ulysses Gomes, também se manifestaram em suas mídias sociais contra as declarações inaceitáveis do Executivo.

Ignorância do Governo Zema não é algo novo…

A deputada Macaé Evaristo (PT) já havia denunciado em seu Instagram outra gafe de Zema em fevereiro, quando foi a Divinópolis e concedeu entrevista para uma rádio local. Na visita, o chefe do Executivo estadual foi presenteado com um livro de poemas de Adélia Prado. Entretanto, o governador de Minas Gerais revelou sua ignorância ao não conhecer a escritora e ainda perguntou se ela era funcionária da rádio. O equívoco teve grande repercussão nas redes sociais e matérias publicadas no Tempo, G1, Estadão e outros.

Fonte: Uol; Estadão; Veja; ALMG.

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