Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, compareceu à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (24/10/23), para discutir a criação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento do racismo estrutural e da violência política contra as mulheres. A nona integrante de um ministério federal a se reunir com deputadas e deputados do Parlamento mineiro em 2023 anunciou que o recurso para kits de equipagem de órgãos de promoção da igualdade racial será dobrado, alcançando R$ 10 milhões até 2024.
Na reunião composta pela presidência da Casa e, em sua maioria, por parlamentares do Bloco Democracia e Luta, a ministra destacou, entre outros assuntos, a relevância de Minas Gerais, o terceiro estado com mais comunidades quilombolas no Brasil, para o fortalecimento do Sinapir, o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Além disso, ela agradeceu pelo rico debate e pela abertura política da Assembleia
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O presidente da ALMG, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), ressaltou o constante diálogo com a União e reafirmou o compromisso do Legislativo em apoiar as políticas de combate ao racismo em Minas Gerais e no Brasil. O desenvolvimento de um Estatuto de Igualdade Racial no estado também foi um tópico discutido.
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A 1ª vice-presidenta, deputada Lenina (PT), salientou que a presença de Anielle Franco, uma mulher negra e combativa, é muito importante e tem grande significado.
“A ministra dá mais coragem às lutas necessárias diante do contexto de negação de direitos à população negra no Estado que sofre com acesso restrito à água, à energia elétrica, aos serviços públicos básicos nos territórios tradicionais”.
Deputada Lenina (PT),1ª vice-presidenta.
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Já a deputada Andréia de Jesus (PT), presidenta da Comissão de Direitos Humanos, destacou que o seu mandato e de outras mulheres na ALMG são atravessados pela violência de gênero, política e racial. A parlamentar lembrou episódios em que ela recebeu graves ameaças à sua vida em redes sociais. Ela destacou ainda que os ataques guardam grande semelhança aos sofridos pela irmã da ministra, a então vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
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Em agosto, as deputadas Lohanna (PV) e Bella Gonçalves (Psol) também sofreram ameaças graves e que ainda estão sob investigação. A própria ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acionou o Ministério da Justiça, em setembro deste ano, para apurar ataques de ódio dirigidos a ela nas redes sociais. Ela também pediu proteção policial e escolta enquanto durarem as ameaças.
Fonte: ALMG