Ausência de políticas eficazes de segurança pública e falta de investimento em áreas críticas deixam cidadãos à mercê da violência

Belo Horizonte vive uma escalada de violência urbana que não pode mais ser ignorada. Enquanto o governador Romeu Zema se dedica às redes sociais em busca de projeção nacional, olhando para 2026, a criminalidade avança, deixando a população refém.
Sim. O governo federal tem muita culpa no cartório, já que é o responsável pela precariedade de nossas fronteiras, por onde entram as drogas e as armas do crime organizado. É também o ente omisso na fiscalização da bilionária lavagem de dinheiro.
Porém, segurança pública, sobretudo a ostensiva, é dever do estado. Em muito menor medida, do município. A Polícia Militar, sucateada e desmotivada, tenta apagar incêndios com baldes furados. O efetivo é insuficiente e os recursos, escassos. Onde falta policial, sobra bandido.
Residências, veículos e celulares: uma epidemia silenciosa
Em 2024, Belo Horizonte registrou 1.438 roubos de veículos entre janeiro e novembro, um aumento de 18,8% em relação ao mesmo período de 2023. Esse tipo de crime liderou o crescimento na capital mineira, superando até mesmo os assaltos a residências e lojas.
O roubo de celulares se tornou uma constante na cidade. Em janeiro e fevereiro de 2025, foram registrados 910 casos de roubo consumado, o que equivale a cerca de 15 roubos por dia. Durante o Carnaval de 2025, os furtos de celulares somaram 1.091 ocorrências.
Nem mais o próprio lar é um porto seguro. A onda de criminalidade invadiu até mesmo os condomínios de luxo. Um prédio no bairro Santo Antônio foi furtado duas vezes em menos de um mês, com um dos crimes ocorrendo em plena luz do dia. E está longe de ser um caso isolado.
Governo ausente, população desamparada
Na região da Pampulha, arrombamentos em prédios residenciais têm causado preocupação entre os moradores. Em outro caso, dois homens invadiram um condomínio no bairro Funcionários, fingindo ser moradores, e levaram tudo o que conseguiram.
A ausência de políticas eficazes de segurança pública e a falta de investimentos em áreas críticas deixam os cidadãos à mercê da violência. É inaceitável que, em meio a essa crise, o governo estadual permaneça inerte. A população precisa de ações concretas e imediatas.
Videozinhos eleitoreiros de TikTok e transferência de culpa não irão resolver o problema. Tampouco desviar o olhar do presente e mirar as eleições do ano que vem. Os impostos e taxas estaduais não param de subir, assim como o custeio da máquina. Que ao menos devolvam um pouco do que nos é cobrado.
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