Taxação de 25% sobre importações de aço e alumínio afeta diretamente o estado, maior produtor de aço do país
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio importados de países como o Brasil, deputados da Oposição cobraram uma posição do governador Romeu Zema (Novo) que, em janeiro, usou as redes sociais para parabenizar a posse do mandatário norte-americano. No estilo “lambe-botas”, Zema escreveu “Que sua liderança traga ordem, liberdade e conduza a América a novos caminhos de prosperidade”.
Agora, diante da medida que atinge diretamente Minas Gerais, maior produtor de aço bruto do país, Zema é omisso. Na quarta-feira (12/2), o governador minimizou o impacto da medida anunciada por Trump e chamou a repercussão de “alarde muito grande”.
A falta de uma posição firme do governador em defesa do estado não passou em branco e foi alvo de críticas de parlamentares do Bloco Democracia e Luta.
“E aí, Zema? Vai defender Minas ou continuar aplaudindo Trump? Será que o governador Romeu Zema, que parabenizou Trump em nome dos mineiros, vai defender Minas Gerais ou ficar em silêncio?”
Deputado estadual Doutor Jean Freire (PT)
“Trump mandando seu agradecimento ao apoio de Zema. Se alguém tinha dúvida, “Make America Great Again” não é fazer Minas Gerais melhor de novo”
Deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede)
“O Brasil exporta metade da produção nacional de aço para os EUA que agora vão nos taxar em 25%. Minas Gerais será o Estado mais prejudicado. Alguém ouviu um pio do governador? Dos parlamentares que foram bater continência pra bandeira de outro país?”
Deputada estadual Lohanna (PV)
“Zema que parabenizou Trump pela eleição e pediu que trouxesse ‘liberdade e ordem’, recebe em troca o anúncio do presidente dos EUA a taxação de uma das principais matérias-primas que MG exporta para o país em 25% prejudicando a nossa arrecadação”.
Deputada estadual Leninha (PT), 1ª vice-presidenta da ALMG
Os EUA são os maiores importadores do aço brasileiro. De acordo com dados do Instituto Aço Brasil, em 2022, o país da América do Norte comprou 49% da produção nacional. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil na venda de aço aos Estados Unidos.
Segundo especialistas, com a taxa extra, as siderúrgicas brasileiras terão que se desdobrar para vender o excedente para outros países, uma vez que dificilmente o mercado interno conseguirá absorver toda a produção.
Outro efeito da sobretaxa poderá ser a redução da produção e, consequentemente, o corte de empregos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o setor do aço emprega cerca de 121 mil pessoas no país, incluindo empregos diretos e indiretos.
“O governador e os parlamentares que foram bater continência para a bandeira americana não falaram nada sobre isso, né? Que patriotismo é esse?”
Deputado estadual e líder da Minoria, Cristiano Silveira (PT)
“A decisão de Trump atinge em cheio Minas Gerais, um dos maiores produtores desses metais, colocando empregos em risco e enfraquecendo nossa economia! Diante desse ataque, fica a pergunta: Zema vai continuar submisso aos EUA ou finalmente defenderá Minas Gerais?”
Deputado estadual Maquinho Lemos (PT)
“O preço do aço no Brasil dispara! Com Minas Gerais responsável por cerca de 30% da produção nacional, a taxação imposta por Trump aos EUA impacta exportações e pressiona o mercado interno. A indústria sente o peso!”
Deputada estadual Andréia de Jesus (PT)
“É, Zema… mais uma bola fora, hein? Quem segue pagando o pato por tanta bobagem é o povo mineiro!”
Deputado estadual Professor Cleiton (PV)
Para o economista Weslley Cantelmo, presidente do Instituto Economias e Planejamento, a taxação de Trump é negativa para as siderúrgicas nacionais, sendo Minas Gerais e Rio de Janeiro os polos mais afetados pela sobretaxa.
Em matéria publicada pelo jornal Brasil de Fato, Cantelmo também explicou que a medida anunciada por Trump pode elevar a inflação e os juros básicos da economia dos EUA, o que teria efeito colateral na economia brasileira.
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Matéria elaborada com informações do Brasil de Fato, Estado de Minas e Agência Brasil
