
O deputado Ulysses Gomes (PT), líder do Bloco Democracia e Luta, de oposição a Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), chamou o decreto de corte de investimentos assinado pelo governador de uma “afronta ao povo mineiro”. Na quarta-feira (23/4/25), o Executivo apresentou detalhes da medida, que, segundo o governo, terá um impacto de R$ 1,1 bilhão no orçamento de 2025.
Ouça a íntegra do pronunciamento do líder Ulysses Gomes:
O parlamentar criticou a medida dizendo que o que Zema chama de “corte de gastos” é, na verdade, corte em investimentos em áreas como Segurança, Saúde e Educação — direitos básicos de todo cidadão.
Ulysses Gomes apontou contradições do governador ao afirmar que “enquanto corta treinamento de policiais, Zema esbanja em buffets de luxo, realiza voos e campanhas com dinheiro público, aumenta o próprio salário em 300% e quadruplica isenções para os amigos empresários. Neste ano, os benefícios fiscais já ultrapassam R$ 18 bilhões, com previsão de chegar a R$ 22 bilhões.”
Tira do povo para dar aos amigos bilionários
O líder Ulysses Gomes alertou para o que ele acredita não ser uma mera coincidência. “Um detalhe que chama a atenção no decreto de Zema é que o valor que o governo diz que irá cortar – de R$ 1,1 bilhão – é exatamente o mesmo que ele deu em isenção fiscal para o empresário do ramo de locadora de veículos, Salim Mattar, seu principal doador de campanha”, advertiu.
Esse também foi o montante que Zema deixou de investir no combate à miséria no estado, em 2024, quando o governador descumpriu acordo feito com o Legislativo e vetou emenda ao orçamento destinada a políticas públicas na área social.
Vale-tudo eleitoral
Segundo Gomes, o governador Romeu Zema e o vice Mateus Simões estão mergulhados no vale-tudo eleitoral e fazem da administração pública uma fábrica de mentiras.
“Sem resultados para mostrar ao povo mineiro, eles estão, há quase sete anos, tentando justificar a própria incompetência”, disse ao lembrar que, enquanto buscavam aprovar um Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que destruía os serviços públicos já colapsados, aumentaram a dívida de Minas em mais de 50%.
“Incapazes de construir uma alternativa viável para Minas, vão agora se beneficiar do Propag. Mas, em vez de preparar o estado para o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas, o governo Zema segue mentindo, enquanto continua seu plano de desmonte dos serviços públicos”.
O líder do Bloco Democracia e Luta também questionou a falta de transparência e a fábrica de fake news no governo Zema.
“Se na propaganda ‘Minas está nos trilhos’, na vida real a crise só se aprofunda!
E o tal superávit? E o dinheiro que está em caixa? Qual é a verdade?”, finalizou.