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Denúncia: rodovias que passam pelo Vale do Jequitinhonha estão abandonadas por Zema

Lideranças cobram investimentos do governo do estado, que realiza diversas isenções fiscais, mas diz não ter recursos para melhorar rodovias estaduais que estão em péssimas condições e prejudicam a população.

A Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou, na última quinta-feira (24/08/23), uma audiência pública que contou com a participação de prefeitos e vereadores de cidades do Vale do Jequitinhonha/Mucuri e Região Central do Estado. Durante a reunião, requerida pelos deputados do Bloco Democracia e Luta: Doutor Jean Freire (PT), líder da Minoria; Leleco Pimentel (PT); Marquinho Lemos (PT) e Ricardo Campos (PT), as lideranças cobraram a pavimentação de rodovias estaduais, sobretudo da MG-214 e da MG-211, e salientaram que os moradores aguardam há décadas por essas obras. O diretor-geral do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER-MG), Rodrigo Rodrigues Tavares, e o secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares, foram convidados para a reunião, mas não compareceram.

A MG-214 liga Itamarandiba a Senador Modestino Gonçalves e Capelinha e tem cerca de 100 quilômetros sem asfalto. Já a MG-211 liga Capelinha a Setubinha e tem 50 quilômetros que ficam intransitáveis no período chuvoso. Dentre os problemas destacados pelos presentes na audiência estão: transtornos para o turismo, para o escoamento da produção, para o transporte escolar e para pacientes que buscam tratamento em cidades como Diamantina.

Rodovias de Minas sofrem sem investimento, enquanto Zema dá benefícios para seus amigos

Rodrigo Santos Colares, assessor de Gestão Estratégia do DER-MG, que representou o governo de Minas na audiência, declarou que, no caso da MG-214, há uma empresa contratada para fazer o projeto técnico e que ela deve apresentar um cronograma em breve. Porém ele alegou falta de recursos para tocar o projeto e também limitações técnicas e de equipes do DER-MG. O prefeito de Itamarandiba, Luiz Fernando, mostrou que no plano de investimento do governo, trazido por Rodrigo Colares, consta para o Jequitinhonha apenas o recapeamento da MG-367.

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O deputado Marquinho Lemos (PT), presidente da comissão, lembrou que o contrato com a empresa mencionada pelo assessor do governo foi assinado em 2018, antes de começar o primeiro mandato de Zema, e nunca avançou, sob a alegação de falta de recursos do governo.

“Estamos repetindo para um diretor do DER o que já falamos pra outros. Isso depende é do governador”, afirmou, cobrando vontade política de Romeu Zema.
img marquinho Marquinho Lemos

Ele enfatizou que é essencial, agora, ter o projeto técnico da MG-214, estimado, segundo ele, em R$ 3,38 milhões. “Só assim vamos poder começar outra luta, que é tirar a obra do papel”, afirmou Marquinho Lemos. 

O deputado Ricardo Campos (PT) destacou que, agora, o governo tem condições de fazer obras viárias tanto no Jequitinhonha como no Mucuri e no Norte de Minas.

“O dinheiro existe, tanto que o governador perdoou R$ 1,5 bilhão das locadoras, o que seria suficiente para todas as obras. Mas permanece o descaso”.
img ricardo Ricardo Campos

Já Doutor Jean Freire (PT) resgatou a história de dificuldades do Vale em busca de desenvolvimento e também defendeu a união e o fortalecimento do sentido de pertencimento dos moradores.

“Nossa maior riqueza é nosso povo, mas essa não parece ser a prioridade do governador, que não investe na melhoria de estradas de regiões que estão abandonadas porque prioriza outras rodovias, como a da rodovia que leva a propriedade da família dele.
img drjean Doutor Jean Freire

O prefeito de Itamarandiba, Luiz Fernando Alves, relatou a situação das duas rodovias ao longo do tempo, pontuando que elas deveriam ter sido pavimentadas nos anos 1980, junto com a chamada Rota do Carvão. “Não sabemos por que ficaram de fora. Até há pouco tempo, constavam como pavimentadas nos arquivos do governo. E a população sofre há mais de 50 anos”, afirmou.

Ele defendeu que os municípios do Vale do Jequitinhonha se unam para reivindicar a pavimentação de todas as rodovias, em vez de se dividir e disputar recursos. “Este é o momento porque o governo tem recursos e ainda vai receber a reparação pelo rompimento da barragem de Mariana. O Vale não pode continuar colonizado”, enfatizou.

O vice-prefeito de Capelinha, Alequison Mendes, também pediu união no momento em que o Vale ganha destaque pela exploração do lítio. “Nós queremos dignidade, rodovias e infraestrutura”, pontuou.

Outro que pediu diálogo foi o prefeito de Senador Modestino Gonçalves, José Neves. Ele relatou que a MG-214 corta a cidade, que tem uma das menores arrecadações da região, mas, ainda assim, vive grande expansão territorial. “Sofremos para escoar leite, no transporte escolar e no transporte de saúde”, afirmou.

Com informações do portal da ALMG

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